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The last Kenpachi

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Mensagem por Hummingbird Sáb Dez 26, 2015 6:44 pm

#01 - Yachiru





No mundo shinobi da atualidade, as vilas estavam em constante conflito desde a grande guerra ninja. Até o momento, nenhum dos kages conseguiu estabilizar a situação. Não bastasse a desordem, o mundo shinobi continuava crescendo. Quer dizer, outros ninjas estavam nascendo, a constante roda da vida girava, trazendo novos protagonistas para este mundo. Infelizmente, a maioria deles não encontrava mais esperança e acabavam debandando para o lado do chaos. Tornavam-se mercenários. Essa época foi a grande ascensão dos mercenários e organizações ocultas que buscavam poder. Para o alívio de muitos, não se ouvia falar mais em Akatsuki, ou qualquer uma das antigas organizações. Todas estavam extintas. No entanto, esse vazio só serviu pra dar origem a novas organizações, algumas até piores, e o mundo talvez não tivesse mais protagonistas que pudessem detê-las.

Essa é uma história que se iniciou justamente numa dessas organizações. Ainda precária, eram mais conhecido como o bando Kenpachi. Mercenários qualificados do País da Água que volta e meia apareciam nas imediações de Kirigakure - vila oculta da névoa - para causar problemas. Eles eram temidos em alguns lugares, reconhecidos por seu destemor, impiedade, insensíveis. Matavam o que tinham que matar. Qualquer um que lhes fosse problema, eram eliminados. Mas entre eles, se consideravam uma família. Eram 12 deles no começo. Aos poucos um ou outro foi se juntando ao bando, eram chamados de seguidores. Nem sempre acompanhavam os 12 principais, já que eles costumavam sair em trabalhos que só os mais qualificados deveriam ir. Portanto, somente os 12 eram mesmo reconhecidos como os verdadeiros Kenpachi. Esses mercenários eram nômades, não tinham moradia fixa, aproveitavam-se apenas do que conseguiam em suas invasões e saques em vilas menores. Como não havia mais um Mizukage por perto, não havia também qualquer tipo de lei ou segurança que os impedisse. Fora alguns ninjas mais habilidosos que tentavam combatê-los. Mas, para piorar a situação, os Kenpachi eram extremamente habilidosos na arte da espada, além de conhecer a fundo ninjutsus elementais e afins. Era difícil se equiparar a eles.

Tudo parecia estar indo bem, quando numa semana fatídica, os Kenpachi decidiram que invadiriam o complexo moradia dos Koori, um clã muito conhecido por suas habilidades elementais que lhes garantiam domínio sobre o Hyouton, elemento composto que origina o gelo. Mas os Kenpachi eram destemidos, confiavam em suas habilidades. Sem contar que o líder do bando tinha motivos pessoais que o guiavam nessa invasão. Decidiram o dia, arquitetaram tudo. Eram até um pouco inteligentes, precavidos. Esperaram um dia em que todos do complexo Koori estivessem despreparados. Contavam com ajuda de alguns seguidores implantados no próprio complexo. Mal eles sabiam que foram traídos. Durante a invasão, os 12 Kenpachi foram surpreendidos por um grupo combatente dos Koori que dominavam muito bem as habilidades elementais do Hyouton. A guerra se estabeleceu ali, durou alguns dias, dias sangrentos para ambos os lados. Mesmo em menor número, os monstros Kenpachi causaram um enorme estrago. Mas aquilo não foi suficiente. Foram reduzidos a meros 6 membros. Em compensação o complexo Koori teve o maior desastre da história em mortes. Foram poucos os sobreviventes. Os que conseguiram escapar, refugiaram-se em Kirigakure, Os demais, sumiram. Mas, um deles chamou atenção do líder do bando. Uma garota, ainda bebê, fora deixada para traz. O líder do bando, já ferido fisicamente e emocionalmente, deixou-se amolecer e decidiu levar a garota consigo. Não se sabe ao certo o que lhe motivou, mas ele carregou a garota o percurso inteiro. Só pararam quando encontraram abrigo numa vila muito distante, onde tinham total segurança.

Depois do incidente no complexo Koori, não mais se ouviu falar dos Kenpachi por alguns anos. Inclusive, o tempo passou rápido. Eles recolheram-se na tal vila enquanto o líder do bando envelhecia, com suas feridas de guerra que lhe impediam de voltar ao campo de batalha. A garota que foi salva do massacre? Foi nomeada Yachiru Kenpachi, pelo próprio líder. Ninguém entendia essa afeição inusitada do mercenário mais temido entre eles, por uma bebêzinha. Intrigas começaram a germinar no bando, mas eram poucos que ousavam expor sua insatisfação perante o líder. Isso se chamava respeito. Ou temor, quem sabe. O fato é que os anos passaram até que Yachiru completasse por volta dos seus 14 anos. No decorrer desse tempo, ela foi treinada especialmente pelo líder dos Kenpachi. Aprendeu um pouco dos conceitos do mundo ninja, aprendeu sobre os elementos, aprendeu sobre sua origem no clã Koori. No entanto, aprendeu também sobre coisas que o resto do bando não sabia. Sobre o líder dos Kenpachi, descobriu que ele tornou-se um homem amargo depois de ter sido vendido como escravo para uma família dos Koori e ser maltratado por anos sob tutela deles. Foram anos de ódio resguardado, até que o líder resolveu tornar-se um mercenário e descontar o seu ódio em outras pessoas. Parecia ser uma história dura para uma criança, mas o líder Kenpachi fez questão de contar tudo para Yachiru, a quem ele considerava como filha. Certa noite em que conversavam, o velho lhe apoiou a mão sob o ombro direito, confortando-a, enquanto dizia;

- E não importa quanto ódio acumulei por todos estes anos, pois quando vi estes teus olhos púrpuros, eu esqueci de tudo. Só conseguia ver amor, só queria vê-la crescer e fazer tudo diferente. - Suas palavras soaram com rouquidão e certa amargura. Ele parecia arrependido do que fez por todos estes anos.


E acreditem ou não, não demorou para que acabassem com seu arrependimento. Yachiru foi enviada dias depois, como forasteira, para tornar-se aluna na academia Ninja de Kirigakure, já que eles estavam recrutando alunos com urgência. O líder Kenpachi viu ali uma oportunidade de livrar sua "filha" daquele mesmo destino cruel que ele teve. Mal a garota sabia que, logo depois de sua partida, houve um golpe de traição dentro do próprio bando Kenpachi onde o líder foi brutalmente assassinado. Desde então, nunca mais o nome Kenpachi foi ouvido novamente, por exceção das memórias de Yachiru que, por sua vez, estava pra começar uma nova vida.


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Mensagem por Hummingbird Sáb Dez 26, 2015 9:33 pm

#02 - Time 03



A jornada da pequena Yachiru, no auge dos seus 14 anos, então começou.

Não foi difícil chegar em Kirigakure. Foi até muito bem recebida na vila, o que a deixou um pouco confusa. A garota não entendia de onde vinha toda aquela hospitalidade quando passou a vida toda sendo ensinada que Kirigakure era um antro de vilões, por assim dizer. O fato é que a pequena era jovem demais pra entender que, no atual contexto do mundo shinobi, as vilas que conseguissem força militar mais rápido, tomariam o poder mais facilmente. Kirigakure certamente estava na corrida.

Yachiru logo foi conduzida por alguns membros da vila até a Academia. Lá foi apresentada como forasteira que buscava abrigo na vila e para tal, tentaria passar nos testes da academia ninja. Infelizmente, ela não era a única. Muitos outros jovens de idade semelhante a dela, estavam dispostos a esse mesmo processo. Logo, uma grande turma se formou e um dos poucos senseis disponíveis na academia se dispôs a ensiná-los o básico. Não havia muito comprometimento ali, Yachiru logo percebeu isso. Os alunos eram jogados lá e tinham de aprender por conta própria, ou seja, muitos foram desistindo ao longo do percurso e sabe-se-lá o que aconteciam com eles, só que eles sumiam.

Alguns jovens conseguiam se destacar por suas habilidades singulares, Yachiru estava entre eles. Não que ela fosse um prodígio, mas os conhecimentos prévios que lhe foram passados pelo líder dos Kenpachi, garantiu certo avanço no seu aprendizado. Ela tinha jeito pra coisa, tinha todo o porte de um shinobi. Era comprometida, reservada, e acima de tudo esforçada. Afinal, aquela era sua única oportunidade de se tornar alguém. Decidida, Yachiru deu tudo de si na academia ninja. Foram alguns poucos meses de treinamento para que enfim, chegasse o momento de declarar os que estavam aptos a tornarem-se Gennins e os que não estavam. Gennin é uma classe dada aos shinobis jovens que ainda estão em treinamento. Como uma graduação. Eles podem ainda elevar sua graduação ao longo dos exames que são disponibilizados pela vila para avaliar seu desenvolvimento, mas este não era o momento. A garota dos longos cabelos negros e lisos aguardava ansiosa pela decisão. Eram poucos os shinobis que chegaram até o fim do treinamento junto dela, dentre eles, Yachiru só conseguiu memorizar o nome de um deles; Alan. Era um jovem muito gentil, parecia gostar de fazer amizades, estava sempre sorrindo, e não era muito determinado, mas era gente boa.

Para alívio de muitos, logo foram anunciados os nomes dos que estavam graduados. Yachiru estava entre eles, tal como Alan, e outros shinobis. Aquele mesmo sensei que antes os observava logo reuniu todos, dividiu-os em grupos menores de 3 membros em cada um, e anunciou que a partir de agora, todos seguiriam em grupo para um campo de treinamento. Lá, conheceriam um sensei pessoal que iria acompanhar os jovens em seu desenvolvimento daqui em diante. Agora, Yachiru era oficialmente uma residente de Kirigakure, com bandana e tudo. Todos receberam equipamentos básicos. Todos foram muito bem acolhidos por Kirigakure. Todos estavam sendo muito bem manipulados sem fazer a mínima ideia disso. Tão jovens...


O time 03 então estava formado. Por ironia do destino, Alan era um dos membros do time junto de Yachiru. O terceiro membro, a garota nunca chegou a conhecer. Ele não apareceu na hora e lugar combinados, nem tampouco se ouviu falar dele no time. A garota dos olhos púrpuros também não era do tipo sentimental, não deu muita audiência para esse ocorrido. Estava determinada a treinar e treinar, crescer o quanto antes.

O resto daquele fim de semana se deu de descanso. Yachiru aproveitou para conhecer melhor a vila. Descobriu logo que podia apanhar missões simples como trabalho voluntário ou coisa do tipo. Rendiam-lhe alguns ryous - dinheiro - como também prestígio e reconhecimento como Gennin. Pegando uma missão ali e outra aqui, Yachiru foi ganhando espaço em Kirigakure. A vila não era mais tão grande e imponente como já foi um dia, na ausência de um Mizukage então, qualquer ninja que se destaque já ganha apoio do povo que só clama por proteção outra vez. Contudo, Yachiru também foi tornando-se alvo de mercenários, gente que começou a vê-la como obstáculo, sem mesmo ela saber. As coisas em Kirigakure aconteciam mesmo na surdina, por baixo da névoa, muitas vezes bem debaixo do seu nariz.

Passou-se alguns dias até que finalmente o time 03 fosse convocado a comparecer no tal campo de treinamento. Yachiru recebeu uma carta em sua nova residência. O pássaro que lhe entregou a carta parecia-se mais com um corvo. Dado as coordenadas do local, a Gennin apressou-se, ansiosa para conhecer seu novo sensei e começar a trilhar esse árduo caminho para tornar-se forte. No caminho, encontrou com Alan, o outro membro do time. Foram juntos até o local. Os dois não tinham muito intimidade, Yachiru não era muito comunicativa. Estava sempre com uma expressão de desalento, olhos cansados, vazios, parecia estar sempre triste ou pensativa. Apesar do rosto lindo com traços femininos e curvas muito bonitas, ela não chamava muita atenção por sua beleza, e sim por sua personalidade; era fria como gelo.

Chegando no campo de treinamento, logo descobriram que se tratava de uma área de mata densa, com um pouco de névoa e alguns riachos por perto. Num lugar tão misterioso, conheceram alguém ainda mais misterioso, seu nome era Raadam, ele era um Uchiha.



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Mensagem por Hummingbird Sáb Dez 26, 2015 9:58 pm

#03 - Uchihas



A garota sabia desde o primeiro momento em que trocou olhares com o tal Raadam; ele era um homem perigoso.

Perguntas rodavam sua mente, tal como a de Alan. O garoto parecia mais ousado, teve a ousadia de perguntar;

- Mas os Uchihas não estavam extintos? - Disse.

O sensei deixou a pergunta no ar, sem resposta. Cheio de mistério, tentou contornar a tensão com alguns deboches sobre a demora dos dois e pediu que se apresentassem. Aliás, a garota só ficou sabendo que ele era um Uchiha - tal como Alan também - pois aprenderam sobre eles na Academia Ninja. Eram um clã temido pelos seus poderes oculares, os chamados Doujutsu. Pelo pouco que sabiam, o Doujutsu deles era chamado Sharingan, e eles reconheceriam estes olhos em qualquer lugar pela predominância avermelhada na íris e pelos tomoes - marcas - que orbitam a pupila. Era no mínimo intrigante. Viram tudo aquilo nos olhos do tal sensei. Ele era mesmo um Uchiha...

Alan foi o primeiro a se apresentar, ele não tinha clã, mas era um jovem audacioso, queria vencer, queria tornar-se alguém assim como Yachiru. A garota foi mais curta e grossas nas apresentações, disse apenas o que era pra ser dito. Alguns ousam dizer que ouve um certo interesse mútuo naquela troca de olhares entre Yachiru e o sensei, mesmo que eles tivessem idades absolutamente diferentes. O que colidiu naquela troca de olhares foram experiências de vida, foram personalidades opostas que encontraram alguma semelhança um no outro e sentiram-se atraídos, seja por ganância, seja por ambição, ou por algum sentimento que Yachiru desconhecia até então.

Sem mais delongas, Raadam introduziu os dois alunos ao seu método de treinamento, entregando-os pergaminhos e coordenando como eles deveriam desenvolver as técnicas. Explicou também que um terrível acidente acometeu o terceiro membro do time, portanto, seriam apenas os dois a treinar por ali. Por fim, deixou o local, alegando que precisava cuidar de outros campos de treinamento além do nosso. Sozinhos em meio a selva e a névoa, Alan e Yachiru trocaram mais algumas poucas experiências, estabeleceram as regras de como iriam treinar, e então tomaram distância um do outro para não atrapalhar o treinamento. No fim das contas, estavam cada um por si, eles ainda não conheciam muito sobre o verdadeiro sentido do "treinamento em grupo". Aliás, nem mesmo Kirigakure presava por estes ensinamentos. A vila só queria novos soldados para defendê-la. Resta saber, quem estava por traz disso tudo mesmo? Foram pensamentos que, dia após dia, começaram a tomar conta da cabeça de Yachiru. Tão jovem, porém sozinha, a garota desenvolvia um senso de responsabilidade gritante. Só não sabia ao certo como progredir nisso.

Foram dias, semanas em treinamento. Hora ou outra a garota deixava o local para descansar em sua casa, visitar a vila em busca de novos equipamentos, ou mesmo realizar algumas missões. Todas missões simples, ela ainda não se sentia preparada para uma missão de grande porte. Deixava a ousadia para ser usada somente no campo de treinamento, onde predominava o domínio por técnicas elementais do Suiton - elemento água -, seu elemento principal. Apesar de ser uma Koori, ela era muito inexperiente para dominar o temido Hyouton. Alan por sua vez parecia ter mais facilidade com os elementos, o garoto já dominava dois deles, mas não treinava muito, era preguiçoso. Entre treinos e aperfeiçoamentos, Yachiru começou a perceber que não estava nem perto de chegar no nível de combate dos membros do bando Kenpachi. Eles tinham mais singularidade, tinham seu próprio estilo. Era isso que estava faltando, um estilo de luta. Mas a garota não conhecia nada, nem ninguém que pudesse ajudá-la. Tentou com o sensei, mas Raadam não tinha nada para lhe ensinar ainda. Ele não acreditava no seu potencial ainda, parecia subestimá-la. Determinada então, a pequena Koori decidiu pegar as oportunidades que lhe fossem oferecidas para então se desenvolver como ninja e provar para o sensei que era capaz sim de conquistar seu próprio estilo de luta. E ora vejam só, acreditam que ela começou como enfermeira? Isso mesmo. Descobriu enorme vocação como ninja medicinal, auxiliando todos os fins de semana os enfermos do hospital de Kirigakure. Alan, seu companheiro de time, volta e meia aparecia por lá já que ele vivia se metendo em brigas com os shinobis da vila. Yachiru temia que um dia essas brigas fossem longe demais e que Alan confrontasse algum dos mercenários que são tão temidos hoje em dia pelo mundo shinobi. Mas o amigo não a escutou. Ele tinha seu próprio jeito de viver a vida, imprudente, despreocupado.

Mas aquele aperto no coração de Yachiru tinha razão. Ela podia não saber, mas pressentiu a chegada do mal. Boatos começaram a circular na cidade sobre um garoto, tão jovem quanto os recém formados Gennins da academia. Ele vinha de outra vila, volta e meia aparecia em Kirigakure e destruía tudo que via pela frente, incluindo pessoas. Diziam que ele tinha olhos brancos como a neve. Mas não passavam de boatos, poucos comprovavam a história.

Aos poucos, Yachiru foi conhecendo melhor os shinobis da vila. Como trabalhava muito ajudando a vila em missões e também como enfermeira aos fins de semana, começou a fazer novas amizades, desbravar novos territórios, novos contatos. Nem todos eram dos melhores. Alguns trouxeram sentimentos que a garota ainda desconhecia, como certa vez um Inuzuka lhe deu uma amostra grátis do que era o amor. A jovem Koori sentia-se tão abobada perto do trapalhão Inuzuka Kai, que mal conseguia falar direito com ele. Foram poucas as vezes que trombaram pela cidade, mas ela fez o possível para que essas poucas vezes fossem valiosas. Tudo estava indo bem, Yachiru e Alan estavam progredindo, Kirigakure também estava ganhando reconhecimento pelos seus alunos prodígios, mas os boatos sobre os forasteiros e sobre o menino dos olhos brancos continuavam assombrando os shinobis, principalmente aos Gennins. Alguns começaram a desaparecer, ninguém sabia ao certo como.

Mas a gota d'água veio com um terrível escândalo no hospital de Kirigakure. Dizem as más línguas que um garoto Uchiha foi hospitalizado há poucos dias e, em menos de uma semana, ele foi atacado em seu próprio leito. Roubaram-lhe os dois olhos. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu, quem foi o responsável, nem onde foram parar os olhos... por exceção de Yachiru. Por coincidência do destino, a jovem Koori deparou-se com o estranho que detinha um dos olhos, sem saber da história toda. O estranho chamava-se Shad, e apresentou-se também como um Uchiha. Ele lhe ofereceu de bom grado um daqueles olhos, por um preço em Ryous muito barato. A jovem, inocente como era, não sabia ao certo se estava fazendo algo de errado. Foi movida pela curiosidade como enfermeira, queria explorar e saber mais sobre aquele olho, mesmo sem saber de quem era. Aceitou o trato, apanhou o olho, agradeceu ao estranho que por sua vez, desapareceu.

Mal ela sabia que não era a única interessada no famoso Doujutsu Sharingan...


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Mensagem por Hummingbird Sáb Dez 26, 2015 10:14 pm

#04 - Sharingan part.1



A pequena Koori agora detinha um famoso Sharingan em mãos. Guardou consigo num saco. Usou seus prévios conhecimentos médicos pra conservar o tal olho sem danificá-lo, e sem ninguém no hospital desconfiar dos planos da garota. Yachiru estava agindo sozinha, ela estava trilhando seu próprio caminho. Ganhou novos objetivos, tinha muito para descobrir, para aprender. Não demorou para que ficasse mais distante de Alan, mais distante do time. Ela não queria que o sensei Raadam desconfiasse de suas ambições, muito menos soubesse que ela tinha um Sharingan consigo.

Ela conhecia tão pouco sobre esse olho, menos ainda sobre os Uchihas. Não fazia ideia, a garota, de que a ruína dos Uchihas foi justamente o Sharingan. Indiferente quanto ao que os Uchihas são capazes de fazer por um destes olhos, Yachiru decidiu que precisava aprimorar seus conhecimentos. Reflexiva, a garota começou a isolar-se mais em casa, realizar trabalhos e missões sozinha, estava buscando aperfeiçoamento pessoal. Passou a aceitar missões de dificuldade acentuada, tornou-se reconhecida pelo Posto de Missões de Kirigakure, que sempre a requisitava para missões internas de apoio a população e ao hospital. Yachiru era indispensável nesse quesito, aos poucos tornou-se uma das Enfermeiras mais requisitadas.

Nessa dependência do hospital para com ela, a jovem Koori sentiu-se na obrigação de aprimorar seus conhecimentos frequentando agora a Biblioteca de Kirigakure. Lá, conheceu o velho bibliotecário Inari, homem sábio porém amargurado, que lhe apontou os caminhos pelos quais ela deveria seguir. Ela não confiava totalmente nele, mas sabia que pelo menos tinha uma direção pra seguir agora. Os livros passaram-lhe a contar a história e o passado do mundo shinobi. Yachiru descobriu mais sobre si mesma, sobre os Koori, sobre sua origem. Descobriu mais sobre os ninjas médicos, descobriu mais sobre os elementos...e acima de tudo, sobre o Sharingan. Descobriu que os Uchihas implantavam o sharingan, e que mesmo os não-uchihas eram capazes de tal feito. Yachiru viu ali uma oportunidade, restava encontrar alguém que o pudesse fazer. Inari infelizmente não pode lhe ajudar nisso. Raadam não era confiável. Mais uma vez a jovem Koori estava perdida... seus conhecimentos médicos não eram suficientes para tal.

Foi ao posto de missões, alguns dias depois, e para sua surpresa recebeu uma missão especial em outra vila, e foi lá que Yachiru descobriu a oportunidade que queria. Descobriu que o corpo médico de Kumogakure, a vila a qual visitou para fazer a tal missão, tinha um Chunnin com especializações médicas superiores. A jovem Koori traçou seu objetivo então; implantar o Sharingan em seu olho direito, e então finalmente conheceria mais sobre esse clã e sobre esse Doujutsu tão temido.

Infelizmente, o tempo era curto e Yachiru precisava se preparar se quisesse realmente convencer o tal Chunnin a lhe implantar este olho. Voltou para Kirigakure então, com esse objetivo em mente. Empenhou-se mais nos treinamentos, nas pesquisas, no hospital. Os boatos sobre o menino dos olhos brancos que destruía a vila ganharam mais consistência já que o portão da vila apareceu destruído de uma hora para outra. Era como um aviso. Yachiru sentiu-se pressionada, seu senso de responsabilidade gritava;

Preciso estar forte para proteger a vila

E em resposta ao seu clamor, uma missão especial chegou. Seu rank de dificuldade era muito maior, tratava de lidar com um assassino em série. E o pior de tudo... era no complexo moradia dos Koori. A jovem Koori sentiu seu coração apertar, seus olhos pela primeira vez expressaram alguma coisa, e desta vez, foi aflição. Jurou para si que tomaria esta missão e que só voltaria com a vitória. E então partiu, sozinha, empunhando consigo nada mais que sua espada embainhada e presa na cintura do seu kimono.


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Mensagem por Hummingbird Sáb Dez 26, 2015 10:31 pm

#05 - No fio da espada



Você realmente acredita neles? Nessa baboseira de Ordem? Não seja ridícula, garota! - Dizia aquele mercenário.

As gotas de sangue daquele corte no ombro escorriam pelas mãos pálidas de Yachiru. A garota ofegava, apoiada ainda fraca, sob sua espada fincada no chão. Os dois estavam a não mais que 8 ou 9 passos de distância um do outro, em cima do lago congelado do complexo moradia Koori. Yachiru nunca pensou que aquela missão poderia lhe aproximar tanto da morte. Foi pega de surpresa num confronto brutal com um mercenário que, por sua vez, era especialista na arte da espada. Isso mesmo, o temido Kenjutsu. Era o mesmo estilo de luta que os membros do bando Kenpachi usavam. Contudo, Yachiru não foi totalmente instruída nesse estilo. O pouco que ela sabia usar de uma espada não se comparava ao manuseio impecável dos que tinham maestria no Kenjutsu, como aquele mercenário.

Yachiru tentou confrontá-lo também com ninjutsus elementais, mas seus truques rapidamente foram destruídos; além de habilidoso no Kenjutsu, o mercenário tinha superioridade nas habilidades elementais pois conhecia tanto Suiton como Raiton - elemento raio -. Yachiru estava em enorme desvantagem, repleta de feridas. Seu kimono estava levemente rasgado na região direita do dorso, onde o corte no abdômen se destacava. Outro corte no ombro direito chamava atenção, pois era de onde as gotas de sangue escorriam. A garota estava ficando sem fôlego.

O mercenário constantemente fazia uso do Raiton, causando descargas elétricas frenéticas que imobilizavam os movimentos da garota ou lhe quebravam as técnicas. Qualquer aproximação física era completamente inviável visto que a diferença de agilidade entre os dois era absurda. A discrepância era tanta que Yachiru podia jurar que estava sendo feita de entretenimento apenas. E de pensar que ela foi até lá com um juramento de que defenderia a honra de seu povo. Ela mordeu os lábios, inundando os pensamentos com frustração e desalento.

O mercenário debochava, repleto de convicção de que venceria. Yachiru pensou. Pensou, reuniu todo conhecimento que tinha, e mesmo assim não achava saída. Lembrou-se de alguns poucos ensinamentos que teve com os Kenpachi, era sua única alternativa, precisava voltar as origens. Ela não gostava de se imaginar como uma assassina, mas em momentos como esse, o sangue queimava, insistia em reviver toda uma tradição de mercenários. Ela podia não ser filha legítima de um Kenpachi, mas ela aprendeu exatamente como ser um deles. E pior... como ser um deles, mesmo sendo um Koori.

Acreditem ou não, aquela batalha não terminou com a morte de Yachiru e sim com a do mercenário. Naqueles últimos segundos, a garota encarnou uma postura de um adversário legitimamente a altura. O mercenário viu ali uma disputa não tão fácil de ganhar quanto estava antes, e ele simplesmente não sabia explicar o motivo. Entre colisão de espadas, as faíscas destacavam um olhar vazio, de quem não tem medo, de quem não tem nada a perder. Os olhos púrpuros e profundos de Yachiru chegavam a assustar, engolir os pensamentos de qualquer um, era puro destemor. Ela estava literalmente caminhando sob o fio da espada, sem medo de se cortar. E os cortes vieram, um atrás do outro, e mesmo assim não a fizeram parar. Ela continuou lutando, ela não sentiu dor, ela não fraquejou. Só foi parada quando o mercenário usou sua técnica raiton de rank mais alto, imobilizando o corpo da garota por completo. Nos limites do corpo, Yachiru se viu paralisada... mas não derrotada. O mercenário viu ali a esperança dos Kenpachi arder novamente. Revelou que era um dos fiéis seguidores do bando, e que neste caso estaria orgulhoso de ceder sua vida em prol de ver o nome dos Kenpachi ganhar fama novamente. Entregou então um pergaminho muito antigo com os segredos do Kenjutsu para Yachiru. Em seguida cortou a própria cabeça, em sinal de respeito. Naquela noite, o lago congelado do complexo Koori foi tingido de vermelho... e não houve comemoração. Yachiru reconhecia que aquela experiência veio para lhe lembrar quem ela é, lembrar suas origens. O trabalho como Enfermeira, seu empenho como Gennin? Isso tudo era conhecimento agregado. O que ela é de verdade... é uma Kenpachi.



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Mensagem por Hummingbird Ter Dez 29, 2015 8:47 pm

#06 - Sharingan part.2



Daquele desafio em diante, a jovem Kenpachi aprendeu a respeito de determinação. Tornou-se mais forte naquele dia, mesmo que não soubesse explicar exatamente como. Mas ela sentia. Seu sangue fervia correndo nas veias, seu chakra ardia como fogo, mas ela sabia transparecer o reflexo como um espelho d'água, traiçoeira, meticulosa.

No seu retorno para Kirigakure, Yachiru não fez alarde. Não fez questão de reconhecimento pela missão cumprida, não exigiu nada demais em troca, apenas fez o que tinha de ser feito. Sem aviso prévio algum, agiu naquela mesma noite. Conseguiu uma aprovação de Kirigakure para viajar até Kumogakure, a vila que visitou outrora. Numa viagem de barco pouco movimentada que atravessou o véu da noite como um sopro... a jovem Kenpachi atingiu seu destino.

Chegando lá, já amanhecia. Em mente só tinha o desejo de encontrar o tal Chunnin médico que ouviu falar outrora. Sabia pouco sobre ele, ouviu dizer que ele treinava nas cordilheiras próximas ao porto. Caminhou sem chamar atenção, foi serena em busca do seu objetivo. Encarou o desafio de subir aquelas montanhas, o ar rarefeito e todas as demais dificuldades. E quando o sol avançou no horizonte, rasgando a neblina com seus fortes raios de luz... Yachiru deparou-se com um homem. Sua aparência pouco importou para a garota, mas a julgar pelas roupas, ela teve certeza de que se tratava de um Chunnin. Era ele por quem ela procurava?

A resposta veio nos primeiros minutos de conversa que teve para com o desconhecido. Como forasteira, Yachiru foi até muito bem recebida. Talvez por conta dessa comodidade que a garota sentiu liberdade para expor seus objetivos com clareza. Foi sucinta no que disse;

Desejo que me ajude com tuas habilidades como cirurgião. Preciso o quanto antes de um transplante pois meu olho direito está danificado, estou quase perdendo a visão. - Mentiu.

Mas na sua firmeza e serenidade, o reflexo do espelho d'água não falhou.

O shinobi, conhecido como Yumimaro, aceitou ajudá-la, na condição de que ela provasse seu valor num combate. Yachiru não era mais aquela garota inexperiente que esteve aqui outrora, via-se no seu olhar; determinado, invasivo. No profundo daquela íris violeta, Yumimaro deveria saber que estava pra ter uma surpresa. A garota não fugiu da batalha. Aceitou o convite e o quanto antes, os dois cruzaram espadas. Quem diria? Yumimaro também tinha espadas consigo, mas não era tão habilidoso quanto Yachiru.

No que tinha de desvantagem no Kenjutsu, superava com louvor em Ninjutsus e Genjutsus. Yachiru deparou-se pela primeira vez com um obstáculo que nunca lhe deu tanto trabalho; ilusões. Para a garota que sempre soube como mentir seu estado de espírito ou mesmo sua verdadeira personalidade, estava agora tomando uma dose quase letal de seu próprio veneno.

Antes que pudesse perceber, a jovem Kenpachi foi engolida na escuridão. Não podia mais enxergar o inimigo, sentiu que estava sendo testada. E que maneira pior de provocar o inimigo como essa? Aquele foi o pior erro de Yumimaro naquele combate. Mais uma vez, o sangue da garota ferveu, seu instinto falou mais alto. Ela decidiu que agiria como uma assassina então. Esperou a oportunidade, moveu-se na escuridão como uma folha dança sob o vento. Traiçoeira, resolveu usar a falta de visão a seu favor. Invocou sob a escuridão, também a névoa. Agora ambos estavam sem visão? Nem tanto. Meticulosa, Yachiru transformou o som dos guizos em sua espada, a chave mestra para virar o jogo. Lançou-o na escuridão, como dados, a roleta girou. Yumimaro foi atraído por aquele tiro no escuro, revelou sua posição, inocente. O instinto da garota então tomou forma, com seu Suiton, cinco tubarões famintos emergiram da névoa; movidos pela sede de sangue, encontraram a posição do Chunnin, avançando vorazmente contra ele, com vantagem do elemento surpresa. Sim, a névoa impedia que o garoto pudesse ver de onde vinham os tubarões. Mas Yachiru estava de olhos bem abertos; aquilo não foi seu ataque, e sim a ponte. Os tubarões foram repelidos? Sim, oras, Yumimaro era um Chunnin, não seria detido tão facilmente. Mas assim que os tubarões mortos originaram uma fina garoa, o reflexo do espelho d'água voltou a assombrar o Chunnin. Vencendo a própria escuridão, virando o jogo com seu próprio veneno, Yachiru avançou como um monstro de espada em punho; no fio da espada ela mataria se preciso... mas não o fez.

Simplesmente cortou a escuridão em dois, e alcançou o suficiente. Yumimaro por muito pouco não sofreu mais naquela batalha. Conseguiu escapar sem grandes ferimentos, mas Yachiru provou o que precisava provar. E assim que a escuridão se dissipou e os ânimos se acalmaram, a jovem Kenpachi acalmou seus ânimos e retomou sua postura "indiferente". Yumimaro decidiu ajudá-la, conduzindo a garota até o hospital de Kumogakure. Lá, a garota entregou-lhe o Sharingan. Por sorte, o Chunnin não tinha grandes ambições como algum Uchiha, e decidiu operá-la de bom grado, sem mais perguntas. Tirou-lhe o olho direito, aplicou anestesia suficiente, e dentro de algumas horas, o procedimento cirúrgico estava completo. Yachiru sentia uma conexão de chakra nova em seu olho, um poder oculto insistia em gritar na sua mente, querendo acordar...mas ainda não estava na hora. Ela precisava repousar até que pudesse conhecê-lo melhor. Yumimaro advertiu; no mínimo 1 semana até que se sinta melhor. A garota tinha mesmo uma resistência incrível, mesmo depois de tanta exaustão numa luta como aquela, conseguiu ser operada com sucesso e se recuperaria tão rápido assim. E ali se despediram. Yumimaro ficou de guarda no hospital, acompanhando outros enfermos, e de vez em quando visitando Yachiru pra saber como a garota estava.

Acreditem ou não, na noite do 5º dia, Yachiru já conhecia o seu Sharingan, pois estava recuperada. Quando acordou, sentiu-se renovada. Ela tinha mais poder do que antes...


THE LAST KENPACHI


Última edição por Hummingbird em Dom Mar 27, 2016 12:08 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Hummingbird Sáb Jan 02, 2016 10:44 pm

#07 - O garoto dos olhos albinos



A história da jovem Kenpachi teve uma parada forçada naqueles dias que ela ficou no hospital. Os dias pareciam horas, os minutos pareciam uma eternidade. Yachiru não estava acostumada a ficar tanto tempo no ócio. Ela queria se levantar dali o quanto antes, resolver suas pendências, sim, ela ainda tinha muito o que treinar, muito pra aprender. Contudo, o Sharingan teve seu custo.

Acamada por alguns dias, Yachiru se deu ao luxo de descansar. Pensou a respeito de muita coisa, mesmo sendo jovem, ela refletia bastante sobre si mesma. No silêncio do seu quarto, seus olhos fitavam a janela mais próxima, vagando pela imensidão do mundo lá fora, acompanhando as nuvens hora ou outra. Ela tentava negar, mas estava pensando no passado... no bando Kenpachi. Eles foram sua família, e ela reconhecia isso mesmo sabendo que na verdade era uma Koori.

Yumimaro, o chunnin que lhe ajudou, parou de aparecer por ali depois do 3º dia. Estava sempre muito ocupado, ele também treinava Gennins, tal como Raadam, o sensei de Yachiru. A preocupação tomou conta da garota ao lembrar do sensei, algo como; eu não avisei ninguém. Será que sentiram mesmo minha falta? - ela pensou.

Em determinado dia, o Sharingan da garota despertou. A Kenpachi sentiu o seu globo ocular estremecer com a quantidade de chakra que ainda não estava sintonizada, mas insistia em fluir para seu próprio fluxo de chakra do corpo. O choque trouxe certa agonia, mas em pouco tempo ela foi se acostumando. Era uma garota forte, tinha uma resistência fora do comum. Talvez isso derivasse muito da sua resistência psicológica, Yachiru construiu um alicerce tão forte no seu intelecto que a transformou numa mulher fria como o gelo do tão almejado Hyouton dos Koori.

Infelizmente, assim como o vento que sopra, tímido e sorrateiro, a garota teve pouco tempo pra aproveitar de seu Sharingan. Logo ficou sabendo, através de uma correria incomum e de alguns boatos no hospital, de que o tal garoto dos olhos albinos estava por perto. Sim, aquele mesmo dos boatos que circulavam Kirigakure vez ou outra? O tal destruidor de patrimônio público? Ele mesmo. A curiosidade falou mais alto, Yachiru não se daria o luxo de perder a oportunidade de conhecer o tão famoso garoto. Olhos albinos é? De onde vinha essa suposição? Seus pensamentos estavam a mil. Ela respirou fundo, fez um reconhecimento corporal dos seus limites - afinal ela era uma enfermeira, tinha de fazer isso como hábito -  e quando se deu por avaliada positivamente, levantou. Puxou rapidamente o kimono que sempre usava, amarrou-o com o laço na cintura acompanhado da espada embainhada. Soltou os cabelos que antes estavam presos, e então deixou o quarto, sorrateira, sem ser notada. Ela não mais voltaria.

Ainda no corredor, Yachiru já podia observar o pânico se instalando no local. Enfermeiras corriam pra lá e pra cá, desesperadas. Alguns ninjas que chegavam machucados, escondiam-se, não queriam ser alvo, não se sabia o motivo. Mas a garota desconfiava; o inimigo estava por perto. Vasculhando pelo hospital, os olhos da garota se arregalaram em determinado ponto. Nos corredores, ao lado da porta de cada quarto, jazia o nome dos enfermos ali repousando. Pois ali, num quarto do corredor direito do primeiro andar, a Kenpachi viu o nome "Alan". Seria o mesmo Alan que Yachiru pensou? Seu companheiro de time? Deixou-se levar pela curiosidade e quando entrou, deparou-se com não mais que o garoto, assassinado, sangrando.

Um pouco mais ao lado, um outro garoto. Este, pequeno, pele branca, cabelo bagunçado, usava roupas comuns. Em seu pescoço uma banda amarrada, era de Kumo. Curioso não? Porque um shinobi estaria atacando o hospital de sua própria vila? Yachiru teve a resposta quando o garoto se virou e a encarou com um sorriso diabólico no rosto. Seus olhos? Brancos, quase transparentes. Tinha um olhar que a garota só conseguiu descrever como insano. Sentiu um arrepio, mas não se intimidou. Invocou uma criatura cujo qual Yachiru conheceu a muito tempo, na época de seus treinamentos. Tratava-se de um tigre nomeado Byakko; porte médio, pelagem branca, algumas listras pretas e olhos azuis. O tigre era grande o suficiente para carregar Yachiru nas costas, mas ainda não era o momento. A garota ameaçou sacar sua espada e avançar, doravante, quase que de imediato, o tal garoto dos olhos albinos posicionou-se bem, firmou as pernas um pouco abertas, esticou os braços e...girou. Seu giro foi tão rápido, tomando como base o calcanhar direito, que a medida que liberava chakra, foi gerando uma espécie de bolha. Aquilo repeliu facilmente o ataque de Yachiru, lançando-a contra a parede. Por muita sorte, Byakko, o tigre branco, conseguiu apanhar a garota e salvá-la de possíveis ferimentos. Aquilo não foi tudo, vejam bem. Depois do ataque, aquele setor do hospital ficou completamente destruído, agora em céu aberto, repleto de escombros. Mas o garoto ainda estava lá. Yachiru levantou-se com ajude de Byakko. Pensou em continuar o combate, mas foi surpreendida quando viu aquele outro estranho por perto. Aquele mesmo que lhe vendeu o Sharingan assim, sem mais nem menos. Estava junto do garoto, eram aliados. Eles conversaram entre si algo que a garota não entendeu, mas ela compreendeu que aquela não era a melhor situação para se colocar num combate. A saída? Invocou névoa. Kirigakure no Jutsu. Com ele foi capaz de se ocultar e sair da mira dos oponentes. Uma escolha sábia. Os oponentes então decidiram recuar, deixando como aviso apenas as palavras insanas do garoto dos olhos albinos;

- Garota, não esqueça de dizer que o Whiteshark esteve aqui.

E com isso desapareceu, acompanhado do amigo misterioso que Yachiru conheceu há muito tempo. Na sequência, acompanhada apenas por Byakko, a garota ajudou o hospital a se reerguer. Ajudou os feridos, ajudou como pode. Prestou seu serviço e, assim que acabado, retornou para Kirigakure. Trazia consigo informações valiosas, então não perdeu tempo em reportar tudo no posto de missões. Aquilo certamente seria levado até os governantes de Kirigakure e eles decidiriam o que é melhor a se fazer. O fato é que, independente do resultado, nada disso iria compensar a morte do companheiro. Yachiru no entanto já estava acostumada com a ausência. Enterrou as memórias do amigo, dirigiu-se até o campo de treinamento e lá, reportou ao sensei que desta vez ela estava sozinha. Que Alan não voltaria mais...


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